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Minha experiência no Projeto TAMAR

  • Foto do escritor: Camila Bueno
    Camila Bueno
  • 14 de abr. de 2019
  • 4 min de leitura

Deu saudades das tartaruguinhas então resolvi escrever um pouco sobre o trabalho maravilhoso que o TAMAR faz para protegê-las.


Começando pelo Projeto em si, o TAMAR não possui vínculo com o governo e sua verba vem do patrocínio com a Petrobras e, principalmente, da lojinha e da taxa que é cobrada dos visitantes. Por isso, se querem ajudar as tartaruguinhas, visitar os centros de visitantes e comprar na lojinha já é um ótimo começo!

Uma pergunta muito frequente que me faziam era se as tartarugas do tanque voltariam para o mar. As da base de Ubatuba onde estagiei somadas as das outras bases correspondem a muito menos de 1% de todas as tartarugas que já foram resgatas e devolvidas ao mar pelo TAMAR. Elas foram pegas filhotes do ninho e criadas em cativeiro desde então, nunca tiverem contato com o mar e por isso o estresse de ficar em tanques era bem melhor. Já as tartarugas que são tratadas na veterinária, TODAS são soltas logo que melhoram.




Frases que eu ouvia muito também eram:

Coitadinhas, o tanque é tão pequeno!!

Não é certo ter animais desses em cativeiro

Morro de dó delas nesses tanques!

É claro que qualquer animal solto na natureza é melhor, mas temos que refletir sobre algumas coisas. Primeiro o fato de que a cada 1000 ovos botados pelas fêmeas (divididos em 4 ninhos diferentes), em média, apenas 2 conseguem chegar a fase adulta e se reproduzir (em torno dos 25-30 anos). Então a chance de sobrevivência das tartarugas dos tanques já era muito baixa. Isso porque além dos predadores naturais delas (siris e gaivotas quando são filhotes e tubarões na fase adulta), muitas não conseguem sair do ninho ou morrem por conta de doenças, LIXO, e pesca.


Segundo é que não adianta nada ter dó das tartarugas do tanque mas deixar o lixo na praia para ser levado pelo mar, ou ver lixo no mar e na areia e não recolher porque afinal o "o lixo não era meu". Aquelas tartarugas estão ali justamente porque nossas ações prejudicam muito as tartarugas de vida livre, e pouquíssimas pessoas iriam pagar para visitar o TAMAR se não tivessem as tartarugas. Elas são as salvadoras, sem elas não teria como pagar funcionários, comprar material e remédios necessários para o resgate, entre outras despesas que são necessárias para salvá-las.

Dito tudo isso, vou contar um pouco sobre como é o trabalho voluntário lá. Na base que eu estagiei, em Ubatuba, não é área de desova de nenhuma espécie, então não tive contato com ninhos e filhotes, mas mesmo assim foi incrível! A maior parte do trabalho é a educação ambiental no centro de visitantes, onde dava pra ver o fascínio das pessoas pelas tartarugas e ensinar as crianças desde pequenas sobre a problemática do lixo.


Outra tarefa era ficar na reabilitação (veterinária) uma vez na semana, lá o contato que eu tive com as tartarugas foi um sonho. Pude ajudar nos medicamentos, assisti à uma eutanásia e chorei horrores, assisti necrópsias, dei banho nas tartarugas e provei meu amor por elas lavando muuitos tanques.

Mas a tarefa que achei mais legal foi o campo. O campo acontecia quando caíam tartarugas em redes de pescadores parceiros ou não do TAMAR, eles ligavam e a equipe ia até la medir, pesar, anilhar e se necessário levar a tartaruga à reabilitação. Quando estão saudáveis, são soltas no e é uma coisa tão fofa elas entrando na água, eu morri de amores

O que me tocou muito também foi ver de perto como o lixo e a pesca afetam esses animais (e todos os marinhos também). A quantidade de lixo tirada do estômago delas é absurda, e esse lixo é principalmente plástico. Muitas coisas do nosso cotidiano que pensamos que não fará a diferença mas que prejudica demais esses bichos.


Muita gente acha que elas só confundem sacolinha com água-viva, o que é realmente verdade, mas elas são animais muito oportunistas e comem de tudo, não só sacolinhas! Elas comem o lixo e sentem saciedade, então param de comer e ficam magrinhas e fracas. Na veterinária, como não tem como abri-las para tirar o lixo, o que fazem é suplementar o que falta no sangue delas e estimulá-las a defecar o lixo, o que muitas vezes não acontece e elas acabam morrendo.


Já a pesca prejudica porque muitas comem anzol, ou ficam presas em redes e morrem afogadas, pois possuem pulmão e precisam subir para respirar. A tartaruga que vi a eutanásia estava com a nadadeira quase amputada por causa de rede e tinha engolido um anzol com linha, uma judiação!


O mês que eu passei lá foi uma experiência inesquecível, a realização de um sonho. Recomendo muito quem quiser estagiar! Eles aceitam cursos variados, não só biólogos ou veterinários, engenheiros por exemplo podem ir também! Eles oferecem o alojamento, o que já dá uma forcinha. Quem quiser saber mais sobre as tartarugas em si e o trabalho me chama que adoro falar sobre isso hahahah


Reduzam o lixo, não joguem lixo na rua, porque vai pro rio e do rio pro mar, ajude a tirar os lixos da praia mesmo que não seja seu, se ver alguma tartaruga com algum problema entre em contato com o TAMAR, o consumo de peixes e frutos do mar é legal diminuir também por conta da pesca. Vamos ajudar a salvar as tartaruguinhas!!

 
 
 

1 Comment


Tales Saia Nutricionista
Tales Saia Nutricionista
Aug 28, 2019

Parabéns pelo trabalho e pelo texto! Legal ver sua visão mais ampla do que "certo" e "errado"( sobre tanques, zoo, etc).. seria legal um post sobre essa crise atual ambiental hein? Vou passar a acompanhar por aqui 👏🏼👏🏼

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