O que fiz com meu filhote de maritaca?
- Camila Bueno
- 28 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
Resolvi escrever um pouquinho sobre como cuidei da minha maritaquinha e qual forma achei mais recomendada para que ela pudesse ser o mais feliz possível.
Pra começar, chamei ela de Nina mesmo não sabendo o sexo, então vou chamar ela (ou ele) de Nina aqui também kkkk

A Nina chegou até mim porque sua mãe construiu seu ninho na calha da casa para qual me mudei mês passado, então quando foram forrar a calha desmontaram o ninho e a colocaram em uma caixa na garagem. Fui lá salvar ela e comprei uma gaiola e papa para filhotes de psitacídeos (Psittacidae é o nome da família da qual as maritacas fazem parte, então é a papa mais recomendada para este tipo de ave).

Dava comida para ela na seringa 4x vezes ao dia, na embalagem da papa sempre vem uma medida certa do quanto por de água para cada idade e tudo mais. Ela era beem barulhenta no começo, tentava deixar ela em um ambiente sem barulho porque qualquer ruído que ela ouvia já começava a gritar de novo. Acordar cedinho de fim de semana e feriados também não foi fácil, com fome ela gritava mais ainda kkkk
Quando fazia frio eu esquentava uma bolsa de água quente e forrava com paninho, pra ela ficar bem quentinha, como a mãe dela faria se pudesse. Ela fazia muuito coco, então trocava os paninhos 2x ao dia e lavava a gaiola ao menos 1x.

Do jeito que eu falei parece que foi uma tortura, mas aprendi muito nesse tempinho com ela e me apeguei muito a ela também. Mesmo novinha ela já me reconhecia e amava dormir na meu colo, ficava fazendo ela andar também porque ela andando é uma das coisas mais fofas que já vi.
Outra coisa muuito fofa que ela fazia era se acalmar quando eu colocava música, mas tinha que ser música clássica ou blues porque a Nina não é qualquer uma não kkkk maior fã da trilha sonora de Lalaland, no vídeo da pra ver, era uma das poucas coisas que fazia ela ficar quieta. O som de maritaca cantando também acalmava muito.
Fiquei cuidando dela durante um mês, até que viajei para fazer estágio e deixei ela sob os cuidados da minha irmã que sempre teve medo de aves e no começo nem pegava ela na mão. É claro que minha irmã se apegou muito e mimou ela demais, conforme ela foi se enchendo de pena já passou a comer frutas inteiras, além da papa que continuamos dando.

Foi então que ela cresceu ao ponto de começar a querer voar, e desde o começo plano sempre foi cria-la até ela começar a se virar mais sozinha. Não acho justo ficar cortando as asas de uma ave e prendendo ela em gaiola, ela foi evolutivamente feita pra voar, seria um amor muito egoísta. Além disso minha cachorra não é nada receptiva e odiava a Nina, com certeza ela atacaria se tivesse a chance.
Nesse ponto, resolvemos ligar pra polícia ambiental e levamos ela até lá. Fui informada que ela ficaria em um viveiro grande que permitisse que ela tivesse contato com outras aves (incluindo maritacas) e lá ela aprenderia a voar e se alimentar sozinha. Depois dessa fase de adaptação, ela vai ser solta em uma área mais afastada da cidade e viver como a maritaca que ela nasceu pra ser.
Com essa experiência toda aprendi que o amor não pode nunca ser egoísta, ela não ficaria bem vivendo uma vida em que não pudesse voar e ser livre. Minha família toda que antes xingava o barulho todo que ela fazia hoje sente falta e tenho certeza que veem as aves com outro olhar. Tenho certeza que fiz tudo o que estava ao meu alcance e que ela vai ser muito feliz.

Escolher ser gentil é sempre a melhor escolha!
Cami!!!! A Maya chamou a Nina de Mariquitinha!!! hahahah bjsssss